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segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Retrospetiva: Crash Bandicoot 1

Cada gamer após uns anos no "negócio" tem aquele jogo ou série de jogos que deixa uma marca especial no coração. Principalmente quando se é criança!
Sou gamer desde os meus tenros 5/6 anos de idade. Sabem como é, crescer com primos rapazes como amigos de infância influencia as brincadeiras. Peguei numa consola pela primeira vez com 5 anos (a Play Station do meu primo) e daí seguiram-se um monte de recordações que sem dúvida dinamizaram a minha infância.
Ainda me lembro quando finalmente recebi a minha própria Play Station aos 6 anos. Toda contente ia eu ter com os meus colegas da primária e dizia a mesma frase "Tenho Play Station! Finalmente tenho Play Station!". Escusado será dizer que nesse dia ninguém me conseguia aturar.
Comprei um jogo que há muito desejava ter só para mim ("Bugs Bunny Lost in Time", que espero vir a abordar um dia), mas dentro da caixa da PlayStation vinha um jogo que a princípio não me atraiu nem um bocadinho.



"O que raio é isto?"  perguntei-me a mim própria ao ver esta capa. A curiosidade foi tanta que após ter jogado o outro jogo por coisa de uma hora, resolvi ver de que se tratava este jogo. Mal comecei a jogar reconheci o protagonista: "Oh! O meu primo tem este jogo! Isto deve ser uma continuação!". E ao iniciar a sequência de abertura daí começaria um amontoado de muito boas recordações.
As aventuras deste marsupial ainda hoje me dão horas de diversão e muita tensão. Como forma de tributo a um dos meus heróis de infância, resolvi fazer uma retrospectiva relativamente à trilogia criada pela Naughty Dog Inc. Portanto, como gosto de (tentar) ser organizada, comecemos logo com o primeiro jogo, e ironicamente o último da trilogia que consegui encontrar nas lojas. 


Mal eu sabia que este jogo seria aquele que me iria frustrar mais. Estava demasiado habituada aos controles das duas continuações. Portanto este jogo foi um choque na altura.
Antes de desenvolver/explicar o que disse em cima, vamos a ver de que se trata afinal a história em torno desta curiosa personagem. 


Comecemos por explicar a cena em cima: tudo começa na base dos dois principais antagonistas da historia, o Dr. Neo Cortex e o Dr. Nitrus Brio. Como qualquer bom vilão dos anos 90, Cortex visa dominar o mundo (OF COURSE!). Para atingir esse objetivo o cientista (maluco) captura vários animais de três ilhas  e faz experiências com eles por forma a criar um exército de monstros com força sobre-humana.
Ora, uma dos bichinhos que ele capturou por acaso é um marsupial pacífico de nome Crash Bandiccot, que é visto por Cortex como sendo um potencial líder do exército que já começara a criar. Por forma a submeter o nosso herói à sua vontade, o cientista coloca o nosso protagonista dentro de uma máquina de nome Cortex Vortex (e já disse que ele nunca testou a máquina antes de a usar?).
Anyway, a máquina rejeita Crash (surpresa... not!) e este aproveita para cavar dali para fora. Só que o nosso (tolo) herói esqueceu-se de algo durante a fuga... e por acaso trata-se do seu interesse amoroso Tawna Bandicoot, que graças à fuga torna-se na próxima cobaia da lista (namorado do ano, sem dúvida!).
Mais tarde Crash  acorda em N. Sanity Beach e resolve deter os planos de Cortex e salvar a sua namorada.



Ora bem passando agora da história para o jogo em si. Durante os níveis controlas o Crash através dos botões de direção (esquece o analógico neste jogo) e além de o fazerem movimentar-se podes saltar, e atacar com um spin move. Resumindo: para jogares só vais precisar dos botões direcionais, do botão quadrado e do botão X.
Ao longo dos níveis vais encontrando inimigos que tens que matar com o spin move ou saltando-lhes em cima. Escusado será dizer que terás que tomar atenção com alguns, visto que só os podes matar com um dos teus dois movimentos. Alguns convém simplesmente evitares.

Da mesma forma como o Sonic precisa dos anéis, tu também vais precisar destas caixinhas. Tirando a caixa "Nitro", todas as restantes estão presentes ao longo de todos os níveis neste jogo. Tens a caixa comum que te dá wampa fruits (que também estão espalhadas pelos níveis fora; coleciona 100 e ganhas uma vida, by the way!); a caixa com a interrogação que te pode dar ou wampa fruits ou vidas extra; a caixa com a cara do Crash que te dá uma vida extra; a caixa "C" que serve de checkpoint; a caixa castanha escura que te vai dando wampa fruits enquanto saltares por cima dela; as TNT que explodem 3 segundos após lhes teres saltado em cima (e que te desfazem em fanicos se não te souberes afastar). Em suma, tens caixas com várias e variadas propriedades.



Há uma caixa em particular que prefiro abordar à parte. Durante a sua viagem o Crash vai ter um espírito de nome Aku Aku, que se manifesta na forma de uma máscara, a ajudar. Ao partires estas caixas esta máscara seguir-te à para todo o lado até que sejas atingido. Basicamente o propósito desta máscara é evitar que morras logo após seres atingido. Se apanhaste a máscara uma vez toleras um golpe, se a apanhas duas vezes a máscara fica dourada e ganhas tolerância a dois golpes. Caso a apanhes três vezes o Crash torna-se invencível por um determinado período de tempo.
Anyway, vamos ao que interessa: este jogo para mim foi um verdadeiro desafio!
Aquilo que mais me recorda é a quantidade de vezes que morri e desisti por falta de paciência. Há níveis que se distanciam do nível genérico que expliquei no início e que sem dúvida me fizeram jogar mais que uma vez só por diversão (Hog Wild e Boulder Dash, por exemplo).
Contudo há níveis em que tens simplesmente que preparar para perderes uma data de vidas até conseguires chegar sequer até ao final: saltos traiçoeiros, armadilhas, inimigos ou obstáculos difíceis de evitar são algumas das coisas que frustraram quem já jogou este jogo.
Contudo o que me fez realmente arrancar cabelos foi um detalhe que hoje em dia para os gamers atuais parece muito assustador: não poderes gravar o jogo quando queres. Para gravares o jogo tens duas hipóteses:
  1. Entras num nível de bónus e chegas ao fim sem morreres;
  2. Apanhas todas as caixas de um nível (todinhas!!!!) e sem morreres uma única vez
A segunda hipótese parece frustrante não achas? Mas para completares o jogo a 100% tens que fazer isso mesmo. Três palavras caso aceites o desafio: GOOD EFFING LUCK!


Esta é a tua primeira Boss Fight no jogo. Coloquei-a aqui porque acho que resume praticamente todas as Boss Fights deste jogo: demasiado fácil! Os dois Bosses perto do fim talvez te dêem mais alguma luta (principalmente o penúltimo), mas rapidamente percebes o esquema para os derrotares.
Os controlos serão melhorados nas continuações, mas para a época não estão maus. Aspetos negativos: É frustrante não poderes usar o analógico (embora te habitues rapidamente) e por vezes o Crash foge-te ao controlo quando saltas, o que o pode levar a saltar longe demais ou na direção errada. Muito cuidado porque como já disse neste jogo há saltos traiçoeiros (sem exageros!).
Duas dicas importantes quando começares o jogo pela primeira vez:
  1. Se fores persistente este jogo pode-te entreter durante várias horas!
  2. Vai-te habituando a morrer... Porque é das coisas que mais te vai acontecer neste jogo! 

Poderão estar a pensar que tudo o que estive aqui a dizer são os aspetos que não gostei no jogo. No entanto quando disse que este jogo era um desafio, também o disse de uma forma positiva.



O design dos níveis, para a época, está fantástico, assim como os gráficos. Os níveis são divertidos e bastante diversificados. E apesar de a história ser o que pouco interesse pelo menos neste jogo, todo o gameplay compensa pelo resto. É daqueles jogos difíceis de passar, mas que te dão uma imensa satisfação quando assim o fazes. 
Em suma: é o mais difícil da trilogia, mas foi a base para as duas fantásticas continuações que lhe seguiriam. É sem dúvida um clássico não só entre os platformers, mas também entre os jogos da Play Station 1.

Nota Final: 7/10

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