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segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Arbitrage

Nunca fui um grande fã de drama, apesar de apreciar quase todo o tipo de género cinematográfico. No entanto, se tiver de escolher, opto sempre por um bom filme de acção, aventura ou terror. Sei que com isso posso estar a perder grandes filmes com boas histórias ou personagens, mas para mim o que define um bom filme é a reacção que nos provoca enquanto o vemos. Por vezes não conseguimos entender um filme à primeira, e pode ser necessária uma breve reflexão ou uma conversa com o grupo que nos acompanhou durante o filme para tentar perceber o que afinal acabou por acontecer. Foi o que aconteceu no fim de tarde de Sábado, na sala 2 de cinema do Dolce Vita de Vila Real quando eu, a minha namorada e o primo vimos o filme "Arbitrage" (A Fraude), com Richard Gere.



Mais uma vez digo que se tivesse outra alternativa teria escolhido outro filme (e as minhas escolhas cairiam entre o "Looper" e o "Premium Rush", conhecido aqui como "Encomenda Armadilhada"), mas questões de horário levaram-nos a seguir o rumo deste drama, tendo-nos deparado com uma pequena sala de cinema e um total de menos de dez pessoas, incluindo nós.
Para quem só vai ao cinema ver filmes de "tiros" e explosões, este filme não é recomendável. Para quem está à espera de grandes cenas de acção, ou de um clímax cheio de emoção, pode esquecer este filme. Se, pelo contrário, uma história envolvente é tudo o que é preciso, então este filme é recomendável. Não obrigatório, mas recomendável.
O meu problema em explicar este filme vem do facto de não ser uma pessoa de negócios, nem mesmo perceber algumas das coisas que foram acontecendo ao longo do enredo. O filme não começa pelo princípio, uma vez que ficamos rapidamente a saber que a personagem Robert Miller (interpretada por Richard Gere) é um homem de negócios bem sucedido que, devido a um mau investimento pode vir a ser acusado de fraude, e então faz de tudo para encobrir tal acontecimento. Por um lado, é um homem visto como um filantropo, um homem de bem, com uma grande família, amado e respeitado por todos. Por outro, este aspirante a " Sr. Perfeito" esconde uma amante (interpretada por Laetitia Casta) e o mau investimento que pode pôr a sua família em risco de perder tudo.
Tão depressa vemos esta personagem na mó de cima, como o vemos a deteriorar-se ao longo do desenrolar do enredo. Enquanto faziam uma escapadela a meio da noite, Robert e a amante Julie têm um grave acidente de carro, que acaba por matá-la. Robert fica ferido, mas esse torna-se no menor dos seus problemas quando o carro subitamente explode, carbonizando o corpo de Julie. Desesperado, o milionário entra em contacto com Jimmy Grant, o filho de um falecido amigo (interpretado por Nate Parker) e pede-lhe ajuda para escapar da cena.
Claro que Robert não tarda a ser interrogado pelo detective Bryer (interpretado por Tim Roth) e constituído principal suspeito no caso da morte de Julie. Com tudo isto, o pobre do Jimmy é arrastado para uma rede de mentiras que podem comprometer o seu futuro, e a filha de Robert, Brooke Miller (interpretada por Brit Marling) acaba por descobrir acerca dos esquemas do pai. Durante o filme vemos Robert afundar-se nas consequências dos seus actos, e arriscando-se a perder tudo o que tem.
Não nego que é necessário ter alguns conhecimentos acerca do mundo dos negócios e estar muito atento aos acontecimentos que se vão desenrolando e às conversas entre as personagens. O filme acaba de uma maneira tão abrupta que ninguém está à espera, e espectadores mais desatentos irão ficar com uma cara de "Mas então acaba assim?" Mas se o espectador estiver atento vai perceber que o filme acaba respondendo a todas as perguntas, ficando sem motivos para continuar.
Como um filme dramático, resulta bem. Tem um ritmo bom, as personagens possuem personalidades distintas e o enredo acaba por ser envolvente, levando-nos a querer saber do futuro das personagens. Não é o melhor filme de 2012, mas decerto uma boa aposta para quem gosta do género e quer passar um bom bocado.

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