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domingo, 7 de agosto de 2011

Literatura Iliterada - "Inocentemente eu" - 3ª parte

O nome do terceiro capítulo é “E porquê?”. É o que muitos se estão a perguntar ao pensar no porquê de esta história ter sido publicada, ou sequer ter sido aceite, embora neste caso seja mais um “como” do que um “porquê”.
O capítulo começa com a protagonista ter acordado a pensar numa menina que tinha conhecido no capítulo anterior, uma tal de Aurora. Nada de muito relevante, até porque o que pareceu mais importante para a autora foi revelar com algum detalhe o vestuário que a sua protagonista usaria nesse dia. Logo a seguir, a acção salta para um momento em que a Bé e o Afonso chegam aparentemente à instituição, já que não houve qualquer descrição que implicasse ambos se terem deslocado para lá. Acontece que a Bé lembra-se de levar a magnífica gata sobredotada com ela, para que se divertisse com as crianças de lá. “Até se divertiram a dar-lhe um bom banho.” Um gato que gosta que lhe dêem banho? Ainda por cima dado por desconhecidos? É de admirar que não tenha bufado a uma das crianças, ou fugido dali para fora, como um verdadeiro gato faria. A descrição do momento tão divertido ficou interrompido com pensamento vindo completamente do nada, que juntou o conceito de plágio e cliché, relacionando-os e considerando-os iguais. Chega ainda a referir um caso de plágio na qual a “escritora” Stephenie Meyer foi acusada, transformando tudo isso num caso de “triângulo amoroso”, no qual ela ganhou, considerando esse caso de plágio como vingança. Uma teoria completamente estapafúrdia, que não trouxe nada de importante ao rumo da história, já para não falar que ela faz referência a uma escritora sem sequer dizer quem é ou que livros escreveu, provavelmente pensando que toda a gente a conhecia. Bem, uma coisa é certa: a continuar a escrever assim, a Liliana Alves (ou Coelho) bem que não vai ser tão conhecida como a Stephenie Meyer, mesmo esta estando a cair no esquecimento.
Chegam a casa depois do jantar e ela repara que tem uma série de mensagens e chamadas não atendidas, tanto do Diogo como do Dário (o namorado, para quem não se lembra), ambos sobre a tão esperada festa. Depois ela decide sair com as cunhadinhas dela, levando também uma amiga chamada Rebeca, uma rapariga que, ao que parece, é “anti-fã” nº 1 da Meyer e um bocadinho neutra a mostrar os seus gostos, o que é irónico porque tendo em conta a falta de personalidade do resto das personagens, “neutro” é bem capaz de ser o sentimento mais vivo que li neste canhenho.
Na discoteca, a Bé vai então pedir mais uma vodka de limão e é abordada por um rapaz que já tinha estado de olho nela antes. O indivíduo, de nome João, até se oferece para pagar, ao que ela recusa educada e gentilmente… oh, esperem, na verdade ela aceita sem sequer reclamar. Então ele agarra-lhe no braço e insiste em falar com ela mais um bocado, enquanto ela insiste em voltar para as amigas, até que ele lhe entrega o número de telemóvel. Ao voltar para junto das amigas, a Paula pergunta-lhe como foi, ao que ela responde que ele “não foi muito persistente”. Hã… estamos a falar do mesmo tipo? O mesmo que insistiu em querer falar com ela, agarrou-lhe o braço e lhe deu o número de telemóvel? É que se isso não é ser persistente, não faço ideia do que seja.
No dia seguinte a protagonista prepara-se para a grande festa, tomando um banho de hidromassagens e fazendo esfoliação, de forma a ficar com a pele sedosa. A minha pergunta é: ela vai a uma festa de anos ou a uma orgia? Mas estou a ser mesquinho com estas coisas, embora não seja o único (cof cofMarycof cof).
Atentem no parágrafo que se segue:
“Estava tudo perfeito. A decoração estava brilhante, até tinha uma faixa muito original a dizer: às 20horas, chegaram os convidados todos e eu fui falar com o Afonso e disse que tinha pensado e que queria adoptar a Aurora, como a Susy diz “Se achas que é o que deves fazer não penses duas vezes”, ele falou-me das burocracias e eu disse-lhe que ia falar com o meu Tony.”
A minha pergunta é: o que afinal estava escrito na faixa tão original? É que se a mensagem que lá estava era o que vinha escrito depois dos dois pontos, então isso, meus amigos, não é original: é estúpido, e olhem que isso é dizer muito pouco.
As prendas foram distribuídas, e depois todos tiveram direito a uma sessão de música, na qual a Bé e o André cantam, e ele acaba por lhe dedicar uma música dos Anjos, que ela acredita ter sido feita para ela… Pois… Adiante.
Depois, ele pede-lhe para falarem a sós, o que ela aceita prontamente. O rapaz acaba por revelar os seus sentimentos por ela, dizendo que a ama e beijando-a apaixonadamente. Claro que ela, tendo namorado, podia muito bem afastá-lo e acabar com aquilo tudo, mesmo sentindo-se em sofrimento e com vontade de sair dali, ainda para mais ao imaginar o Dário a ver toda a cena.
Acontece que o André a larga, volta a dizer que a ama, ao que ela lhe responde com um “Mal me conheces”, sendo respondida com um “Conheço pois. E também sei que não dá, não é?” antes de sair dali para fora. Só esta fala faz toda a cena completamente inútil. Se ele estava tão apaixonado por ela, então que fizesse alguma coisa para a conquistar ao invés de criar um momento para depois o deitar para trás das costas como se nada fosse.
Imaginem a cena como se acontecesse desta forma:
“- Bé, eu amo-te.
Beijam-se.
- Mas tu não me conheces.
- Conheço sim, mas como sei que não vai resultar mais vale pôr-me a andar. Adeus.”
Mais um momento inútil nesta história.

"- Vegeta, what does the Scouter say about the pointless moments of this book?


- IT'S OVER 9000!!!!!!!!"
O André vai-se embora, e a Bé, depois de um momento de petrificação, decide ir atrás dele, acabando por ir bater-lhe à porta. Sendo que nenhum som ouvia de lá, ela presumiu logo que ele era mariquinhas o suficiente para não lhe abrir a porta, quando podia pensar que podia não estar lá. Por isso, ela decide ir dar uma volta para espairecer, acabando por ser abordada por um homem que lhe tapa a boca com um pano, o que a fez desmaiar. Ela acorda mais tarde naquilo que acredita ser um armazém. Foi então que ela pôde “deslumbrar” (sim, é o que ela diz) o homem suficientemente bem para poder fazer uma descrição detalhada dele. Ela então compara a situação em que se encontra com o que acontece em séries e filmes, pensando até no Dexter. É incrível a capacidade de pensar em coisas assim em momentos destes. Será que ela estava mesmo com medo?
O estranho consegue prendê-la (não a prendeu antes porque se calhar estava demasiado ocupado à espera que ela acordasse para o fazer) e depois faz a chocante revelação: ele sabe quem ela é. Será algum conhecido? Algum dos homens que ela conheceu antes? Que interessa isso, it’s raping time
. Os parágrafos seguintes são uma descrição de uma violação que, não sei porquê, não me pareceu uma tortura assim tão grande. Talvez porque quem lê essa parte acaba por ficar ocupado a tentar decifrar os inúmeros erros que invadem a narrativa. Vamos então transferir algumas partes desta descrição:
“Eu implorei que parasse, mas como ser ascoroso que é, não o fez. Ele encontrava-se deitado em cima de mim, ainda segurando no meu braço dorido e saboreou a carne do meu pescoço, deixando um rasto de insanidade a sua passagem.”
Saboreou-lhe a carne do pescoço? Mas agora ele é vampiro?
“Tentei afastá-lo mais uma vezes, poderia ser que ainda não fosse tarde, mas ele não desisti-a.” Não me venham dizer que os erros nesta frase vêm da editora.
“Senti-me em pânico por não conseguir travá-lo, por mais que o empurrasse, parecia que tinha mais força, talvez força de psicopata.” Sim, porque os psicopatas têm todos a mesma força.
“Porquê que não se faz luz na cabeça dela e para?” Alguém me traduz esta frase, se faz favor?
“Ele riu-se, mas muito concentrado no que fazia; usava-me como uma boneca insuflável, um vaivém que me deixava mais fraca, arrepiada, nojenta e inútil.” Gostei da ironia. Sabem qual é a semelhança entre a protagonista e uma boneca insuflável? Estão ambas cheias de ar. E o que a escritora quis dizer com um “vaivém”? Não seria um “vai-e-vem”? É que um vaivém é um foguetão espacial. Que era onde este livro ficava bem: podia ser que o mandassem para o espaço, porque é quase um insulto estar no mesmo planeta que uma abominação literária destas.
“Eu movia-me ao ritmo dele, como se fosse um objecto debaixo dele.” É impressão minha, ou ela está a começar a gostar da experiência?
“Se eu deixasse, nem quero imaginar as suas satisfações internas e externas.” Ora bem, tendo em conta que ele a apalpou em tudo o quanto era lado, violou-a até atingir o orgasmo dentro dela e ela pouco ou nada conseguiu fazer para o impedir, eu diria que ele se satisfez o quanto quis.
Ela acorda no dia seguinte no mesmo sítio, e enquanto tenta arrumar as ideias, acabando por relacionar o que aconteceu com uma obra de Satanás. Depois, tentou negar tudo, alegando ter sido um pesadelo, mas como nada disso mudava a condição em que se encontrava ela decide telefonar às cunhadinhas para lhes avisar do que lhe havia acontecido e pedir ajuda. Passado um bocado, a Paula volta a ligar-lhe dizendo que a ia localizar para que a pudessem buscar… Hã, esperem lá. Localizar? LOCALIZAR? Como raio isso foi possível? A protagonista tem algum chip, como os que se põem nos cães? Foi através de um GPS? Explica, Liliana, porque não é possível localizar uma pessoa assim com tamanha facilidade. Se tivessem ido à polícia, talvez fosse possível, mas dado que eles ainda não o tinham feito, eu pergunto-me como tal foi possível.
Passado um pouco, a Paula e o Dário encontram-na e tentam convencê-la a fazer queixa, ao que ela declina, pedindo antes para que a levem para casa. Tudo bem, desde que mais tarde ela concordasse em ir à polícia, coisa que nunca chegou a acontecer. Ao chegar a casa, a amiga e o namorado tentam reconforta-la, até que este decide sair por uns tempos, sem dizer para onde ia, mas também nunca revelando durante o resto do livro. Entretanto, a Paula dá-lhe um sumo para beber.
“Dei um golo e semi-serrei os olhos para ele enquanto lhe devolvia.” Semi-serrou? Cortou-os a metade, ou quê? Alguém anda a falhar na matéria dos verbos…
Depois de ter dado um golo, ela começa a fazer um drama porque lhe puseram um comprimido na bebida, e isso estragava o sabor. A impressão com que fiquei desta parte foi que um comprimido na bebida é uma calamidade ao lado de uma violação.
O comprimido acabou por fazer efeito e ela adormece nos braços do namorado, tendo então um pesadelo em que era perseguida por uma silhueta branca, acabando por acordar sem acordar, pois sentia-se imóvel e com vontade de chorar, sentindo as lágrimas caindo dentro dela, “enchendo-a como se estivesse vazia”… Oh, que ironia. Como se fosse possível encher algo que já está cheio.
Ela acaba por acordar e encontrar o Dário ao lado dela, e depois de uma curta troca de palavras, ela acaba por voltar a desmaiar por momentos. Ao voltar a si, ela decide ir à cozinha, onde, com um comportamento completamente diferente de momentos antes, afirma estar esfomeada. Nós ainda acreditamos que ela quisesse fingir que tudo estava bem para não preocupar os amigos, desde que ela depois demonstrasse o sofrimento interior próprio de uma vítima de violação. O que acontece é que a partir daqui, ela praticamente ignora tudo o que aconteceu, como se já estivesse pronta para outra. Não temos direito a nenhum momento que descreva o sofrimento dela, nem qualquer preocupação pelo facto de o violador ainda estar a monte, provavelmente a vigiá-la, ou se contraiu alguma doença. Nada de nada. Até nos atrevemos a dizer que lá no fundo ela até gostou da experiência.
Adiante. Mesmo sabendo o que se passou há menos de 24 horas, ela acha-se física e psicologicamente preparada para começar o seu primeiro dia como professora na Escola Primária Sem-Nome, contradizendo a vontade do namorado em querer que ela ficasse a recuperar. Ela até telefona à directora e a contradiz quando ela a aconselha a não ir trabalhar no dia seguinte. Até nos custa a crer como é que foi permitido a uma pessoa que acabou de passar por uma experiência traumática, e que emocionalmente está um fanico, dar assim aulas a crianças que vão começar a escola.
Ela então está a preparar as coisas para o dia seguinte quando o Diogo telefona, a agradecer pela festa e pela prenda que a Bé deu à Bá e perguntando-lhe se deviam contar qualquer coisa que não é explicada, embora seja um tanto suspeita. Mas seja como for, não se trata de nada que influenciasse o rumo da… história?
Depois de desligar, é a Bá quem telefona, agradecendo a surpresa e a carta. Depois, ela acaba por adormecer, tendo o mesmo pesadelo de antes e acordando a meio da noite. Depois de ter ido fazer um chá, ela vai até ao sítio das bonecas, onde ela encontra uma boneca que parece ter algum significado que escapa aos olhos dos leitores… talvez porque lhe foi oferecida quando era mais nova. Seja como for, ela voltou a adormecer.
Para demonstrar que o episódio da violação rapidamente ficou esquecido, eis que ela descreve o início do dia seguinte como sendo “especial”. Ela vai para a escola, e é encaminhada para a psicóloga, com quem conversa até ser hora da sua primeira aula. E, meus caros leitores, pela primeira vez na história da literatura, vemos uma turma de crianças que se comportam como tudo menos como crianças. Estamos a falar de uma turma de meninos e meninas bem comportados, em silêncio, à espera da professora em filinha indiana (ou filinha pirilau, como ouvimos o humorista Bruno Nogueira dizer uma vez). Estamos a falar de uma turma com EXACTAMENTE 50 ALUNOS!!! COMO CARGA DE ÁGUA É POSSÍVEL ISTO??????? Uma turma com meia centena de fedelhos que ainda nem sabem ler e são todos bem-educados? Das duas, uma: ou estas crianças são sobredotadas e aprenderam a ter maneiras com a Paula Bobone, ou então aquela escola é regida por uma ditadora. E como sabemos que são exactamente 50? Porque a autora faz questão de pôr a longa lista de alunos, enquanto a protagonista fazia a chamada, só mesmo com o propósito de encher linhas. Se alguma daquelas crianças, ou todas, tivessem tido alguma influência no rumo da história, ainda se percebia, mas acontece que é exactamente o contrário: os nomes não são mais referidos. Estão a imaginar o quão entediante é esta cena? Imaginam como seria se em “Harry Potter e a Pedra Filosofal”, na cerimónia de selecção dos alunos para as equipas, a autora tivesse decidido descrever a selecção de TODOS os alunos que foram chamados? E estamos a falar de mais de 50 alunos. Vamos lá ter alguma lógica, se faz favor.
Depois da apresentação dos alunos (e graças a Deus que isso não é descrito), ela pede-lhes para fazerem um desenho sobre um tema à escolha deles. Depois do intervalo, ela decide ensinar-lhes as vogais, começando pelo A e mantendo-se nessa letra DURANTE O RESTO DA MANHÃ E À TARDE!!!! Mas em que tipo de escola é que ela está a dar aulas? Os miúdos são alguns autistas, ou atrasados mentais que precisem de mais tempo para fixar uma letra? As vogais aprendem-se num dia, não uma letra por dia. E tendo em conta que as crianças conseguem decorar as coisas melhor que os adultos, ensinar-lhes as cinco vogais é uma coisa rápida. Enfim…
Ela foi então almoçar com o irmão (esquisito, porque ela diz que ensinou a letra A às crianças de manhã e de tarde antes de dizer que ia almoçar com o Alex), e este mostrou-lhe uma composição que ele encontrou a mexer nas coisas dela. Temos então direito a ler a tal composição, escrita pela protagonista quando andava no secundário, em que sabemos da química que houve entre ela e a Bá quando se conheceram, um tarde que passaram juntas a ver o “Dr. Dootle 1” (sim, aquele com o Eddie McDowd, não conhecem?), quando a tia dela lhes comprou um porta-moedas da Hello Kitty, salientando o amor dela pelo raio da gata, e falando de uma festa de pijama em que ela fala do “romance” que teve com o Afonso. Nada de importante, mas com necessidade de enfastiar os leitores.
No dia seguinte, ela, em todo o seu profissionalismo, ensinou às crianças a letra E. A sério, é preciso tanto tempo para ensinar as vogais? É isto que a escritora pensa que o ensino é? Lá porque ela tem o Q.I. de uma colher de pau, não quer dizer que o resto do mundo também tenha.
Adiante. À noite ela está a fazer o jantar, quando o Dário aparece com o diário dela, mais uns quantos livros sobre testemunhas de violações. E quando pensamos que pela primeira vez neste livro vai haver uma conversa significativa e séria, eis que o Diogo telefona, levando a mais uma conversa da treta que não tem qualquer propósito. Todas estas partes completamente sem sentido só mostram a incapacidade da autora de pensar em criar momentos profundos, desenvolver personalidades e fazer com que nos identifiquemos com as personagens. Em vez disso, temos conversas sem objectivo, a não ser de aborrecer o leitor ao ponto de não querer ler mais. Por favor, Liliana, desenvolve e pára com as conversas parvas e sem sentido. “(…)estou numa altura da minha vida que não tenho tempo para conversas da treta.” Isto é irónico, porque em conversas da treta está ela metida em todo o livro.
“Terceiro dia de aulas, dei a letra I. Estou a gostar imenso de dar aulas, até parece que não há mais nada.” Ela está mesmo a ensinar uma letra por dia às crianças. Pelo amor da santa. Depois de uma conversa ao telemóvel com o Afonso, em que este lhe propõe uma visita de estudo, ela continua as aulas, onde ela afirma que continuou a ensinar A TEORIA E A PRÁTICA DA LETRA I. Isto é ainda mais estúpido que ensinar uma letra por dia: é gozar com a inteligência das crianças e com o trabalho de um professor da primária. Para uma pessoa cujo sonho é dar aulas a crianças (sim, o sonho da autora) cada vez mais pensamos que o destino dela talvez tenha mais a ver com o de assar frangos na churrasqueira da esquina. Ela até lhes marca T.P.Cs, como se um dia inteiro a aprender uma letra precisasse de ainda mais treino…
Atentem agora numa determinada parte do diálogo telefónico entre ela e a Paula:
“Estou a ver que o meu jantar vai ser melhor do que eu pensava. Só nós as duas, vai ser muita fixe.
- Espero que sim.
- Sempre…
- Então, até já.
- Tão natural como a sua sede!
- Desculpa? Não percebi.
- Tu disseste o slogan da TMN e eu da Luso.
- Lol. - riu-se.”
NÃO. TEM. PIADA.
Depois de um parágrafo em que ela reflecte sobre uma dor interior que ao mesmo tempo parece existir só mesmo para dar a entender que a personagem sofre, quando há muito que não demonstra isso, acabando por falar de zombies e pensando se a maneira deles morrer nos filmes é igual à maneira como eles morrem na vida real… Ok, o que raio estamos a ler?
Passando à frente. À noite, a Bé e a Jú jantam juntas e acabam por contar como começaram o namoro com os respectivos namorados. Nada de especial acontece ou é revelado, por isso passamos à frente. No dia seguinte, ela vai para a escola, pronta para perder tempo a ensinar mais uma letra durante um dia inteiro. Durante o caminho ela faz uma inútil tentativa de reflexão sobre a forma como se sentia, envolvendo processamento de informação, computadores, treta, treta e mais treta…
Ela então acaba por conhecer o irmão mais velho de uma das suas alunas, um rapaz do quinto cuja influência na história é nula. Como praticamente todas as personagens do resto do livro.
O dia termina com um convite da Suzy a uma festa do pijama, e depois a protagonista vai dormir com a gata e a boneca que encontrou no outro dia.
“Sexta, dia do ensino da última vogal à minha turma, a letra U.” Quase que consigo ver a protagonista proferir esta frase com orgulho, como se fosse uma coisa grande. Mas não o é, principalmente a partir do momento em que começa a ensinar aos alunos uma letra por dia.
À noite, já na festa do pijama, a Suzy lembra-se de pôr uns filmes pornográficos, ao que as outras aceitaram. A Rebeca escolhe o primeiro e o segundo, não sendo do agrado da Bé, mas quando esta escolhe o terceiro filme CLARO que tinha de ser uma boa escolha. Era um filme de lésbicas, que se pareciam muito com a Bella Swan e a Roselie Cullen, de algo que os leitores não precisam de saber, porque explicar referências não é com a autora.
Depois de uns comentários zombeteiros, e umas brincadeiras, elas decidiram ver uns yaois de Death Note. E mais uma vez, meus caros leitores, a autora nunca explica o que é Death Note. Faz questão de explicar o conceito de yaoi, mas a série nunca. Ela até comenta partes da série, referenciando personagens, sem nunca explicar o que quer que seja. Se alguém não conhecer a série, o que vai pensar? Pelo amor de Deus, Liliana, poupa-nos os momentos sem sentido e aprende de uma vez por todas a saciar a curiosidade dos leitores.
E antes de acabar a crítica a este capítulo (graças a Deus) gostaríamos de deixar aqui uma última citação tirada do livro. Isto, caro leitor, é um bónus por ter lido a terceira parte da crítica até ao fim.
“Porquê que nos andam a enganar com o Jackie Chan, se até os japoneses são giros?”


Se a burrice matasse…

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